domingo, 4 de julho de 2010

Passa a régua


Desde a última vez que o céu
desabou sobre a minha cabeça
não voltei a levantar os braços
para o alto para agradecer
muito menos para pedir algo

Não houve reza nem choro
nem motivo pra vela nem pra bolo
sequer havia como cavar o ouro de tolo...
agora eu sabia e não precisava entender
o raio pode cair duas vezes no mesmo lugar!

Desde a última vez passei a olhar pra o chão
e sem querer tempo, trégua , relógio, réqua...
prometi não me engraçar por nenhuma quimera!
e assim repirei fundo, ensaiei um sorriso e um samba-canção
jurei que o espinho não maltrata a flor e pedi férias ao meu coração...


Fran Yan Tavares

Um comentário:

Isabel disse...

Daqueles poemas belos
que a gente termina de ler
com as emoções relatadas.