É preciso uma conversa
imprecisa e sem pressa
sem relógio que meça
o tempo que as flores
e os amores dispõem
para morrer após a primavera.
É preciso ter ombros fortes,
que suportem o peso
dos fardos da morte;
que conduziremos tal como
quem segura as alças do caixão rumo ao enterro,
sem sorte e com olhos tesos a captar o desespero.
É preciso ser egoísta
quando o assunto é a dor;
aprisioná-la, mordê-la e consumi-la,
sem pensar em reparti-la
e passar mal ao digeri-la,
pois o que nos une é o só-frimento.
Fran Yan Tavares
quarta-feira, 19 de março de 2008
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