quarta-feira, 21 de julho de 2010

Intermitências

Sem você
imaginei não conseguir
mas o final do dia chegou
e mais um dia e mais outro
mais um final
e o mesmo sem fim

Esse sem fim
que atormenta
passa as mãos em meus cabelos
rasga minha barba rala
irrita meus olhos
zomba de mim

Na ausência
coloquei nos pratos
o peso das horas
algodão nos ouvidos
e não escapei do barulho
insuportável do silêncio

E não há nada
para fazer depois do apito
da campainha da casa-do-sem-jeito
sem você juntei minhas coisas poucas
joguei no saco minhas palavras insossas
virei a página: eu folhetim...


Fran Yan Tavares

Um comentário:

Unknown disse...

A minha preferida!
*.*