Matéria de poesia é o título de uma poesia de Manoel de Barros, o querido pantaneiro, a qual versa sobre tudo aquilo que foi processado e julgado como sendo sem importância e significado, mas através da expressão do pantaneiro as coisas ganham novas cores,sabores, amores... e a vida, segue.
"Todas as coisas cujos valores podem ser
disputados no cuspe a distância
servem para a poesia
O homem que possui um pente
e uma ávore
serve pra poesia
As coisas que não levam a nada
têm grande importância
As coisas que não pretendem, como
por exemplo: pedras que cheiram
água, homens
que atravessam períodos de árvores,
se prestam para a poesia
Tudo aquilo que nos leva a coisa nenhuma
e que você não pode vender no mercado
como, por exemplo, o coração verde
dos pássaros,
serve pra poesia
Os loucos de água e estandarte
servem demais
O traste é ótimo
O pobre diabo é colosso
Pessoas desimportantes
dão pra poesia
qualquer pessoa ou escada
O que é bom para o lixo é bom para poesia
As coisas jogadas fora
têm grande importância -
como um homem jogado fora"
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
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