segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Minha largueza

Minha terra
é tudo aquilo que não sei
o que não tem nome
é meu devaneio, minha quimera

Minha cidade
é minha parte que esquece
o que nunca foi lembrado
é minha feiúra, minha vaidade

Minha luta
é o que me atravessa
o baque virado do tambor
é meu sangue, suco, polpa, fruta

Minha poesia
é o isso contra o aquilo
o meu silêncio sussurrado
é um sorriso contar o gemido: terapia

Meu tempo
é sempre o hoje
o amanhã haverá avelã
é minha possibilidade, meu advento

Meu quintal
é a sombra de um tamarineiro
o beijo molhado agridoce
é minha leveza estendida no varal

Meu sonho
é o tudo aquilo que carrego
o braço, a cor, a gira da calunga
é meu lado sereno, meu mundo medonho

Meu amor
é a soma de toda incompreensão
o meu mote, alegria, poesia, foxtrote
é meu pulso extraviando a dor


Fran Yan Tavares

Um comentário:

vini_carvalho disse...

Pô,Massa!
É bom quando mostramos outras faces e sentidos a palavras rotineiras como cidade e terra.
Lendo esse lembrei de um que tem uma raiz de criaçao parecida.
Se eu lembrar no proximo frezer 3 eu levo.